terça-feira, 30 de outubro de 2012

Tortura

Quanto toda
linguagem
virar fóssil
que soltem os fogos de artifício

eu ainda sei seu nome
eu ainda danço no seu ritmo

Você há de ver
no meu corpo nu a tua fome
e eu, deslizando
meus dedos
em seus cabelos,
ainda reconhecerei o meu
amor.

Ainda se for feito
do pedido uma morte lenta
como os segredos
que eu nunca te contei
mesmo assim,
do teu peito resplandecerá
o dia em que te conheci.

Eu sei que você viu
o tempo virar água
quando da minha tortura
ao dividir a mesa com
vocês.
Como também sei da sua
lágrima
e do seu vômito
de asco, ácido
e aço.

Quando tudo for além
do fóssil do vento
inevitavelmente estaremos juntos
numa canção de amor.

E quando tudo
bem mais fértil e ameno
se esclarecer
eu dançarei contigo
sobre as folhas
de outono.

2 comentários:

  1. Poesia de primeira!
    Me fez dançar por folhas do ano inteiro.

    Beijos!

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  2. Vim à net para encontrar novos amigos e ao mesmo tempo divulgar meu blog, encontrei o seu blog, e estive a ver algumas postagens e achei o seu blog muito bom, tenho de lhe dar os parabéns, pois é um blog que dá sempre vontade de vir aqui mais vezes.
    O meu blog é o Peregrino E Servo, se tiver tempo ou se desejar pode fazer-lhe uma visita e se gostar faça o sentir no seu coração, saiba porém que nunca deixei alguém ficar mal.
    Desejo paz e saúde para si e para o seu lar.
    Sou António Batalha.

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