Vejo novamente as borboletas
e Glauber sair para apanhá-las
num golpe só.
Tenho outra vez a vida que o filme me levou
a arte concreta do intacto instante
e a incerteza do que o vento trouxe.
Vejo Dalí se ater às borboletas
e a conversar com Glauber
algo de Kandinsk
borboletas coloridas (tão coloridas!)
Nosso passado colonial
enfeita as arestas
enquanto alguém faz um brinde com cachaça.
Uma tulipa é beijada pela borboleta
que Glauber não pegou
-por delicadeza
o estranho momento que existe
ao presenciar o amor apaixonado
da borboleta
desafiando o cinema novo.
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