segunda-feira, 28 de novembro de 2011
Do acaso selvagem
Na praça
os carros passam.
A vida continua,
não tenho pressa
e se você tivesse por aqui
talvez
as coisas poderiam ser ainda melhores.
Na esquina
alguém se mexe.
O mundo gira,
a gente envelhece
e se você tivesse por aqui
eu faria
um poema de amor pra nós dois.
Tudo anda
tudo cresce
tudo nasce
tudo envelhece
tudo sabe
tudo esquece
tudo ou nada
tudo é prece.
Me beija e deixa que o que for pra ser, ser.
Que pra nós já não basta entender,
sentir esse tango é tudo que nos cabe.
sexta-feira, 18 de novembro de 2011
Prato feito.
Eu te falei,
interrompi teu lanche,
sobras não matariam tua fome.
Você não ouviu,
você nem quis saber e agora,
entalado em sua garganta,
está alguém que você nem sabe o nome.
Eu aconselhei,
quis escolher teu prato,
você me olhou com esses olhos de ironia.
Você virou,
vomitou toda a comida,
me olhou com olhos de nojo
e perguntou se alguém mais te via.
Agora você parece que aprendeu.
Nunca mais te vi comendo qualquer coisa
na madrugada.
segunda-feira, 14 de novembro de 2011
Nulo
Chama de saudade as coisas que ainda ficaram no seu quintal
e anula a ciência
me percebendo em segredo aguando a sua grama.
Me chama bem baixinho pra provar tua comida
pede minha ajuda
pra colocar a mesa na varanda
puxa meu braço e não me sente mais.
Chora deitada de bruço com os pés pra cima
minhas mãos não passam mais entre os seus cabelos anelados
tá tudo triste
tudo frio
o arroz sem tempero
sem beijo
sem mim.
E o que foi pra ser, foi.
quinta-feira, 3 de novembro de 2011
É só assim
Aqui tá tudo bem.
Tudo certo.
Eu vou seguindo mesmo sem dar espaços
pra ninguém.
Por aqui eu vou levando.
A cabeça continua a mesma.
Tudo ainda meio fora de lugar.
Se penso,
te tenho de volta.
Se esqueço,
meu coração se revolta.
Por aqui uma saudade imensa.
Aqui eu vou indo.
Eu tô até tranquilo.
Eu emagreçi alguns quilos,
mas andam dizendo por aí
que eu fiquei bem melhor assim.
Olha, eu tô na minha.
De repente eu tô na sua.
Deixa pra lá.
Vem qualquer dia desses
que a gente senta e toma uma cerveja.
Mas vem mesmo
que a gente precisa conversar.
domingo, 17 de julho de 2011
E assim talvez seja.
Ah, se você soubesse da minha aflição
Dos fatos.
sexta-feira, 15 de julho de 2011
Estudos sobre a estrutura da felicidade
Eu gosto de você,
Né.
segunda-feira, 20 de junho de 2011
Do carinho.
Venha comigo
e deste meu amor desmedido
nada diga.
Uma outra hora
te explico qual é a onda
minha amiga.
Me abrace forte
que hoje a noite não é
infinita.
Você conhece
minhas mãos trôpegas e
atrevidas.
Eu te olho
e tenho a certeza do sina
sofrida.
Amanhã
em outros braços descansará
sua lida.
E retornará
como retornamos todos os
dias.
O mundo
será o mesmo independente
do que a gente decida.
A vida é breve
e tão longa a despedida.
quinta-feira, 16 de junho de 2011
Sonetismo de caminheiro
Sei lá se fomos nós
Esse sentimento que persiste
E se alegria ainda existe
Nessas ruas de homens sós
Sei lá se nós fomos
A causa que me deixa triste
Essa saudade que insiste
Não sei nem se ainda somos
E se iremos, eu sei lá
Pra onde vamos, lá ou cá
A que ponto nós chegamos
Me diga onde vai dar
Essa loucura de cessar
A partida que ainda sonhamos.
domingo, 12 de junho de 2011
Tarde infinita
sexta-feira, 10 de junho de 2011
A menina e a bolha de sabão
quarta-feira, 8 de junho de 2011
Menina amora
Vá
Há de ver
o que há lá
fora.
Sei
não sei mais
mas o céu
estava azul
e lindo
ainda agora.
Cá
onde moro
atrás do morro
de outrora
dá
pra ver o sol
sumindo
e indo
embora.
Se a
semente que lanças
nas suas andanças
aflora
irei
pelo buquê
que se mistura
à aurora.
Sentir o amor
que lambuza os dedos
quando sobe no pé.
Sentir a flor
que cresce sem medo
pro que der e vier.
A olhar crescer
ficará este homem
que cora
toda vez que está
a ler
você
Menina amora.